ESTADO SOCIOAMBIENTAL

TEORIA DA JUSTIÇA E DIREITO CLIMÁTICO

  • Fernando Reverendo Vidal Akaoui
  • Rafael Martins Costa Moreira
  • Gabriel Wedy
Palavras-chave: Estado Socioambiental. Teoria da Justiça. Direito Climático. Meio Ambiente. Ética.

Resumo

Os autores, no texto, defendem o fortalecimento da ética no discurso ecológico e climático. Este pilar ético deve compor os alicerces do Direito enquanto ciência e não pode admitir decisões negacionistas ou comportamentos processuais contraditórios dos juristas na prática. Para os autores é inaceitável a adoção de determinados posicionamentos jurídicos no law in book, e outros diametralmente opostos no law in action quando envolvidas grandes somas pecuniárias ou interesses empresariais. Em tempos de aquecimento global, de perda da biodiversidade e de aumento das poluições, o fraquejar ético é inaceitável. Estas práticas nefastas, com base em princípios morais e políticos apriorísticos, evidentemente, não podem ser universalizadas para todos os operadores do direito e precisam ser expelidas do campo jurídico até mesmo pelo fenômeno do autoconstrangimento. Não se pode aceitar igualmente o tratamento das comunidades carentes e da natureza como meros instrumentos (meio) para a obtenção de vantagens pessoais, políticas e econômicas. É de ser repelida a concepção limitada de desenvolvimento meramente econômico, que não leve em conta a expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam e a ecologia integral.

Referências

BECK, Ulrich. Risikogesellschaft. Auf dem Weg in eine andere Moderne. Suhrkamp, Frankfurt

am Main 1986.

CNBB. Esvaziar os direitos sociais signifi ca justifi car a desigualdade. Disponível em:

www.cnbb.org.br/esvaziar-os-direitos-sociais-signifi ca-justifi car-a-desigualdade-disse-o-papa/>.

Acesso em: 20 maio 2023.

CRUTZEN, Paul J.; STOERMER, Eugene F. The “Anthropocene”. Global Change Newsletter,

n. 41, maio 2000, p. 17-18. Disponível em: <http://www.igbp.net/download/18.316f1832132347

/1376383088452/NL41.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2017.

et al. The Anthropocene: conceptual and historical perspectives. Philosophical Transactions

of the Royal Society A, 369, p. 842-867, 2011. Disponível em: <http://biospherology.com/PDF/

Phil_Trans_R_Soc_A_2011_Steff en.pdf>. Acesso em: 5 maio 2017.

DÖRING, Thomas. Alternativen zum umweltschädlichen Wachstum. Wirtschaftsdienst, v. 99, issue

, p. 497-504, 2019.

FENSTERSEIFER, Tiago; SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de Direito Ambiental. 2. ed. Rio de

Janeiro: Forense, 2021.

; . Direito Constitucional Ecológico. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,

FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Fratelli Tutti. Disponível em: <https://www.vatican.va/

content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.

html>. Acesso em: 22 maio 2023.

FRANCISCO, Papa. Carta Encíclica Laudato Si’ sobre o cuidado da casa comum. Roma, 24

maio 2015. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa

-francesco_20150524_enciclica-laudato-si. html>. Acesso em: 22 set. 2020.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70, 2011.

MORATO LEITE, José Rubens; SILVEIRA, Paula Galbiatti. A ecologização do Estado de Direito:

uma ruptura ao direito ambiental e ao antropocentrismo vigentes. In: MORATO LEITE, José

Rubens. (Coord.). A ecologização do direito ambiental vigente. Rio de Janeiro: Lumen Juris,

, p. 101-144.

MOREIRA, Rafael Martins Costa. Acordos ambientais e os limites do inegociável. Londrina:

Thoth, 2021.

RAWLS, John. Justice as Fairness: a Restatement. Cambridge: Harvard University Press, 2001.

. A Theory of Justice. Cambridge: Harvard University Press, 1971.

SACHS, Jeff rey. The Age of Sustainable Development. New York: Columbia University Press,

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição

Federal de 1988. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.

SCHLOSBERG, David. Defi ning Environmental Justice: Theories, Movements, and Nature.

New York: Oxford University Press, 2007.

STEFFEN, Will et al. The Anthropocene: conceptual and historical perspectives. Philosophical

Transactions: Mathematical, Physical and Engineering Sciences (Royal Society), v. 369 (The

Anthropocene: a new epoch of geological time?), n. 1.938, mar. 2011, p. 849-853.

SEN, Amartya. The Idea of Justice. Cambridge: Belknap Press of Harvard University Press,

. Development as Freedom. New York: Random House, 1999.

STIGLITZ, Joseph. The Price of Inequality: how today’s divided society endangers our future.

New York: Norton, 2013.

STOCKHOLM RESILIENCE CENTER. Sustainability Science for Biosphere Stewardship.

Planetary boundaries research. Disponível em: <http://www.stockholmresilience.org/research/

planetary-boundaries.html>. Acesso em: 13 dez. 2017.

WEDY, Gabriel. Desenvolvimento sustentável na era das mudanças climáticas: um direito

fundamental. São Paulo: Saraiva. 2018.

WELCOME TO THE ANHROPOCENE. Disponível em: <http://www.anthropocene.info/>.

Acesso em: 23 out. 2020.

Publicado
11-03-2024
Como Citar
Fernando Reverendo Vidal Akaoui, Rafael Martins Costa Moreira, & Gabriel Wedy. (2024). ESTADO SOCIOAMBIENTAL: TEORIA DA JUSTIÇA E DIREITO CLIMÁTICO. Revista Do Ministério Público Do Rio Grande Do Sul , 1(94), 191-204. Recuperado de https://www.revistadomprs.org.br/index.php/amprs/article/view/341